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Channel: Shoujo Café
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Coisas que antes eu não sabia...

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Faz tempo que não falo das minhas experiências no reino da maternidade.  Nem sei se interessa para quem freqüenta o bog esse tipo de post, mas, enfim... Preciso confessar que agora entendo algumas coisas que antes não conseguia compreender ou sentir.  Fui visitar duas creches hoje.  Minha licença caminha para o final e Júlia precisa ir para a escola.  Eu achava que seria bem mais tranqüilo mandar minha filhinha para a creche, não é.  Se pudesse, abriria mão do meu salário para ficar pelo menos 1 ano com ela.  Já era a favor de uma licença maternidade de 1 ano (*ou mais*), agora, acho que é algo fundamental mesmo.

Não pensem que eu desejo me tornar dona de casa, longe disso, prendas domésticas, salvo cozinhar, já que gosto de comer, não me apetecem, queria, simplesmente, mais tempo com minha filha.  Vi vários bebês menores que ela nas duas creches.  Crianças que provavelmente tiveram que ser parcialmente desmamadas, que tiveram que começar a comer antes da hora, porque suas mães não podem gozar nem de seis meses de licença.  E isso quando esse é o período recomendado pelo Ministério da Saúde para a amamentação exclusiva... E ainda vai vir gente dizer que licença maternidade prejudica as mulheres no mercado de trabalho, o que prejudica todos nós, seres humanos, é essa falta de cuidado com nosso bem estar e com as próximas gerações.  


E não pensem que eu acho que as creches e berçários públicos e particulares são ruins, simplesmente, acredito que o melhor para um bebê tão novinho é estar em família, com mãe, pai (*sim, eles deveriam poder gozar de licença maior e/ou dividir com a mãe*), avós... Eu fiquei com minha avó durante meus primeiros dois anos de vida e ela me levava até a escola da minha mãe, que ficava bem perto, para que eu pudesse mamar.  Por conta dessa urgência, eu já estou tendo pesadelos e chorando pelos cantos.  Eu não queria me separar da minha filha nem por algumas míseras horas.  Fora isso, algumas creches têm horários muito rígidos.  Se escolher a melhor que vi hoje, terei que optar por um pacote de seis horas, mesmo não precisando deixar a menina lá esse tempo todo de segunda à sexta.  Mas o que fazer?  Há creches com outros modelos, vou visitar ainda, mas periga elas serem muito mais caras.

Enfim, é isso.  Agora, entendo perfeitamente as mães que não querem voltar ao trabalho, que desejam ficar com suas crias por pelo menos três anos, ou trabalhar em casa.  Eu amo o meu trabalho e preciso, sim, do dinheiro, mas sinto-me bem infeliz no momento.  Pode ser que eu não veja os primeiros passos da Júlia, não ouça suas primeiras palavras.  Isso dói.  Cada vez que olho para aquela coisinha pequena, sinto que não é justo com ela ou comigo – que sou a cuidadora principal – essa separação tão cedo.  Mas é a vida e a vida não é justa mesmo.  Ah, sim!  Amanhã Júlia completa 5 meses... O tempo voa!


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