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O caso do Lanterna Verde Gay e o Brasil na “vanguarda” do conservadorismo

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Uma das notícias que circulou em vários sites hoje foi o desabafo do quadrinista James Robinson na San Diego Comic Con em relação aos fãs brasileiros. Segundo o autor, os brasileiros foram os mais hostis em relação à revelação de que o Lanterna Verde Alan Scott era homossexual. Robinson recebeu mensagens agressivas pelo Tweeter de fãs ofendidos com a revelação. Por conta disso, o autor soltou que "Assim, só por despeito, quando Alan Scott puder amar novamente, o homem de sua vida será brasileiro". É brincadeira, mais do que vingança infantil, mas já tem gente reclamando.

Sinceramente? Eu vejo na homossexualidade de Alan Scott mais um golpe publicitário da DC do que qualquer outra coisa. Prometeram uma bomba (*ser homossexual é furo de reportagem*), que uma das personagens icônicas da editora seria homossexual. Quem são as personagens mais importantes da DC? Batman, Super Homem e Mulher Maravilha. OK, o Lanterna Verde é importante? Sim, mas desde que seja o Hal Jordan. Só que não foi ele o escolhido. Assim fica fácil, em caso de fiasco, se livrar da personagem ou fingir que nada aconteceu. Enfim, a meu ver a decisão da DC nada teve a ver com defesa da diversidade, ainda que possa ter esse efeito sobre os leitores e leitoras. Corajosa foi a Archie Comics, que não esperou um pronunciamento de Obama para se manifestar.

Agora, o que me preocupa realmente é o avanço da homofobia neste país. Como não há lei que puna rigorosamente o discurso ou as ações de ódio, os ataques proliferam na vida real – vide o site "Quem a Homofobia Matou Hoje?" – e discursiva, como no caso dos ataques ao tal James Robinson pela Internet (fora os comentários em vários sites...). Os sujeitos não se sentem ridículos ou envergonhados, mas se acham no direito de agredir e tentar cercear a representação dos homossexuais em novelas, seriados, quadrinhos. Acham que estão exercitando a “liberdade de expressão”, claro. Hoje, parece que o Brasil está na “vanguarda” do reacionarismo e isso não é motivo a comemorar.

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