Foi revelado que um esqueleto de guerreiro viking encontrado na década de 1880, em Birka, na Suécia, pertencia, na verdade, a uma mulher. Graças a um exame de DNA, algo que não era possível durante muito tempo, sabemos que o esqueleto, que pertencia a uma pessoa alta, cerca de 1,70 m e mais ou menos 30 anos, ou um pouco mais. O túmulo que trazia armas, cavalos e outros detalhes ligados às atividades guerreiras era visto como masculino, até algum tempo atrás. É a primeira prova material indisputável da existência de guerreiras vikings. O tema é quente, aliás.
Por que estou publicando isso? Gente, as acadêmicas feministas ou os/as escritores/as de fantasia não inventaram as mulheres guerreiras, o problema é que muito da historiografia e de outros ramos da ciência, como a arqueologia, negou a sua existência. Esqueleto com armas? Homem. Se não podiam negar que era mulher, a personagem era rotulada como portadora de um poder ritualístico, não "the real deal", afinal, mulher guerreira não existe. Amazonas são criaturas lendárias, fruto da imaginação dos poetas, homens. Símbolos de poder - como eu prefiro chamar - são, não raro, apresentados como símbolos masculinos. Se, ainda assim, não dava para tapar o sol com a peneira, dizia-se que era um caso de exceção e passávamos adiante.
Enfim, descobertas como essa me deixam feliz. Há mutia gente pesquisando para desfazer velhas crenças oferecendo evidências. DNA é evidência. Agora, para pesquisar, para romper com as convenções é preciso coragem e recursos. Fazer a história do possível, como minha orientadora de doutorado defende, é tentar acessar as fontes sem lhes impôr nossas crenças. E que mais guerreiras apareçam e possam figurar nos livros de História e na ficção com mais frequência. Enfim, as fontes para esse post foram o Russia Today, Forbes e o The Independent.