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Cresce a população de “Cyber-Homeless” no Japão

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O Goboiano trouxe uma matéria muito interessante sobre a degradação das condições devida no Japão – especificamente m Tokyo – e o aumento do número de pessoas subempregadas.  Isso, aliás, não me surpreende, já fiz um post sobre as ONGs que trabalham oferecendo alimentação para crianças em situações de risco e já perdi a conta das matérias que vi sobre a péssima remuneração recebida pelos animadores em início de carreira. Mas, enfim, o que é um “cyber-homeless”?  É uma pessoa que não tem condições de alugar uma casa e termina morando em Mangá Café.

O Goboiano explica que os Mangá Café começaram a aparecer em 1995 e funcionavam 24 horas por dia, muitas vezes oferecendo um lugar seguro para os trabalhadores que perdiam o último trem.  Com o passar do tempo passaram a oferecer internet ilimitada, manga e a privacidade de um cubículo.  Alguns estão oferecendo banho de 10 minutos por um preço módico.


Segundo o site, o problema do desemprego começou a aparecer no Japão durante a recessão dos anos 1980.  Desde pelo menos 1984, o governo vem acompanhando a queda do número de empregados em tempo integral e o crescimento dos trabalhadores informais e em tempo parcial.  Segundo relatório do Ministério dos Assuntos Internos e Comunicação do Japão, em 2011, 35% da mão-de-obra japonesa estava no mercado informal.  A coisa se agrava, porque o rendimento médio  mensal desses trabalhadores é 113 mil ienes (4.643 reais) e a linha de pobreza estabelecida pelo estado é de 1.12 milhões de ienes (46.046 reais) anuais (*aqui, ficou um pouco confuso para mim, afinal, se fizermos a média de 12 meses... Será que eu estou lendo errado?*).  Um apartamento barato de um quarto em Tokyo custa 74.200 ienes (2.150 reais), sem contar outras despesas.  O site  comenta um documentário dizendo que um guarda de segurança recebia uma diária de 1920 ienes (80,50 reais) e um salário mensal de 83.380 ienes (2.415  reais).

Nos Mangá Café, segundo o site, a depender da rede e dos pacotes, variam entre 1200 ienes (38,64 reais) e 1400 ienes  (67,63 reais) pelo uso de 12 horas de um cubículo.  Um hotel cápsula pode custar entre 3 mil (80,50 rais) e 6 mil ienes (161 reais) por uma noite.  Com a crise do mercado de trabalho, vem aumentando o número de residentes fixos nesses cafés, os tais cyber-homelesses ou refugiados de cyber cafés.  Pode parecer caro viver em um cyber café, mas para alugar  um apartamento, trabalhadores informais precisam pagar um seguro de pelo menos 1 milhão de ienes (41.860 reais) ao locatário, porque seriam locatários de risco.  É a lei.


Ao ficarem em cyber cafés, esses moradores de rua em potencial ajudam a mascarar as estatísticas governamentais.  O Goboiano informa que o governo de Tokyo se orgulha do baixíssimo número de seus moradores de rua, o site diz que no último levantamento havia 1697 pessoas nessa condição.  Esses moradores de cyber cafés acabam ficando nas sombras, por assim dizer. O site cita a fala de um ex-salaryman de 42 anos, hoje vivendo em um cyber café, que diz estar feliz e que não lamenta estar fora do mercado formal.  Ele não quer voltar a ser salaryman, segundo ele.

Enfim, é uma situação bem complicada e que aponta para o aumento do abismo de renda no país.  Fora isso, me pergunto se esses cyber café aceitam mulheres, porque vários hotéis cápsula só aceitavam homens e as redes que aceitam mulheres, ou somente mulheres, são relativamente recentes.  Ainda que, se no Japão for como, aqui, no Brasil, boa parte da população de rua seja masculina, as mulheres em situação de risco normalmente recebem menos atenção e apoio especializado.  

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