Estava no Twitter e sigo uma identidade que posta aberturas clássicas de shoujo anime. Sim, só posta isso e é muito interessante. Daí, apareceu a abertura ao estilo Flashdance de Glass Mask 1984 na minha frente. Foi a primeira versão animada da série que eu assisti. Acredito que boa parte das pessoas que frequentam o Shoujo Café conheceu a série pela animação de 2005. Para se ter uma ideia, há ainda a de 1998 que, pelo menos na minha opinião, é a visualmente mais bonita. Enfim, Garasu no Kamen (ガラスの仮面) ou Glass no Kamen ou Glass Mask, de Suzue Miuchi é uma instituição no Japão.
O casal principal, Maya e Masumi, um dos maus casais de mangá favoritos, foram inspirados livremente em Mr. Darcy e Elizabeth. Não é o único, aliás, em Hana Yori Dango se dá o mesmo, mas com um Darcy quase delinquente, por assim dizer... Só que em Glass Mask a coisa é tão evidente que quando o anime passou na França, o primeiro, lá de 1984, com o título de Laura ou la Passion du Théâtre, Masumi foi rebatizado de Maxime Darcy. E fazia todo sentido, aliás.
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Isso aqui é lá do começo do mangá, uma das minhas cenas favoritas. |
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angústia, culpa, ciúme... |
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Uma declaração de amor no volume 41. |
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Há poucas cenas assim no mangá. |
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E tome sofrimento por 43 anos... |
Você não precisa de 43 anos para desenvolver uma relação ficcional, não mesmo, mas o autor de Orgulho e Paixão poderia ter feito muito melhor com seu Darcy e sua Elisabeta. Um dos pontos baixos da novela, que termina na segunda-feira, é que o autor da novela, que desenvolveu de forma tão correta o amor de Luccino e Otávio (💚💚💚💚), ou mesmo a relação de Aurélio e Julieta, desenrolando esses dois romances ao longo de meses de trama, tratou o romance dos protagonistas com muita negligência. Não se fez contraste entre Darcy e Elisabeta, porque o rapaz sempre foi muito mais simpático e emotivo do que seria desejável, a um inglês, a um Mr. Darcy e mesmo aum homem de sua época.
Poderiam tê-lo colocado sisudo e sendo derretido com o tempo. Os dois poderiam ter desenvolvido admiração e respeito um pelo outro antes de se lançarem nos tórridos beijos, mas não foi assim. Já a mocinha, assim como a original na qual foi inspirada, poderia descobrir que julgara mal o caráter de Darcy. Tudo foi atropelado e não foi culpa dos atores. Eles combinaram muito bem e foram competentes defendendo seus papéis, foi problema de roteiro mesmo.
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O par combinou quase que imediatamente. |
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Para quê esse beijo na primeira semana? |
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Susana nunca foi uma opção para Darcy. |
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Aurélio e Julieta tiveram um desenvolvimento como casal que os protagonistas não receberam. |
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Já Luccino e Otávio tiveram quase três meses para desenvolver o seu romance. |
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Eles passaram boa parte da trama como um casal sem conflitos algum que merecesse o nome. |
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Muito romance e pouco orgulho, ou preconceito. |
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Se quiser uma adaptação de verdade de Orgulho & Preconceito, pegue da da BBC de 1995. |
P.S.: Se você quiser textos sobre a novela, há vários. Alguns que eu achei em uma busca superficial, um deles é sobre o final de Sinhá Moça, mas comenta um incidente de Orgulho e Paixão são esses 1a - 1b - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7 - 8.